Nova Ordem Renegada
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O Começo - Relato de Hatsuko, filha de Lei Keylosh

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Mensagem por Admin Seg Jan 13, 2014 10:47 pm

[Relato de Hatsuko, filha de Lei Keylosh, sobre a fuga do reino de Terânia e a vinda às comarcas centrais.]

Ah... A princípio foi muito divertido. Era minha primeira missão e era com meu pai, para decidir o futuro do Império! Pensa em quanto era empolgante! E foi mesmo muito empolgante quando chegamos e todas aquelas pessoas se renderam, o cheiro de medo era até forte demais, quase incômodo. Ele mandou que eu vigiasse o principal, o que mais falava e que se falasse mais eu poderia deixá-lo inconsciente. Esse homem que convocou a Inquisição e disse que possuíamos 12 horas. E houve muita discussão, muita gritaria. Eu mesma entendi pouco de toda aquela bagunça.

Mas aí chegou um mensageiro daquele dragão insuportável, aquele Joshua. Nossa como eu odeio esse infeliz. Odeio mais ainda agora! O mensageiro leu uma carta enorme, acusando meu pai de tê-lo atacado – mas não contou que levou a pirralha à força né? Isso ninguém conta. E tirou do meu pai o título de comandante e o comando de todos que estavam lá. Muitos já foram embora com isso, com medo de represálias. Covardes. Como se não bastasse, os prisioneiros resolveram cantar aquele hino idiota de um império sem imperador. Cantaram, cantaram... Até dar dor de cabeça. Alguma coisa foi dita, eu não sei o que exatamente, mas que fez meu pai decidir fugir. Eu, ele, Sieg e quem mais desejasse. É, foi assim mesmo, do nada! E o que que eu podia fazer?! Fugir!

No meio de toda aquela correria, aquela baderna eu me lembro de pouca coisa nitidamente. Sei que lutei, que matei, sei que me feri mas não senti nada na hora. Foi muito difícil vencer tantos homens. Mas para nossa sorte muitos soldados ainda eram leais ao meu pai e foram fundamentais para conseguirmos fugir. Nós todos corremos muito. Deixamos quase um rastro de sangue por onde passávamos, tanto nosso quanto daqueles que eram derrotados. Mesmo com toda confusão na cidade eu conseguia ouvir o trotar dos cavalos da Inquisição, seus gritos para que nos matassem. Deviam ser uns 3, 4 homens. E parecia cada vez mais perto...

Tivemos sorte em encontrar minha mãe em casa. Claro que ela se assustou ao nos ver daquele jeito mas mal começou uma pergunta e meu pai já mandou que pegasse o mínimo necessário porque precisávamos fugir. Pelo olhar, ela já sabia que alguma coisa havia dado muito, muito errado. E nós fugimos. Largamos tudo em casa, tudo. A elfa-gorda, as peles, as pinturas, tudo. Tudo! E esse atraso ainda permitiu que a Inquisição se aproximasse mais. Muito mais do que podia.

Já quase na fronteira do território três deles nos alcançaram. Os poucos soldados leais a Lei que ainda estavam vivos morreram nas mãos daqueles homens. Não havia piedade, misericórdia, não havia nada além de morte nos olhos de todos os três. Nós lutamos. Horas? Não sei se foi por horas, eu acho que não. Mas foi muito tempo até os três estarem mortos. Consegui ver meu pai e minha mãe lutar. E Sieg! Eu nem imaginava que ele, todo pacífico, conseguia lutar! São... Ah, é difícil descrever o quanto são ferozes. Eu não teria sobrevivido sem a ajuda deles, me feri muito mais contra aquele maldito. Quebrou minha espada, cortou meu braço bem fundo... Mas aí finalmente conseguimos sair de lá.

Se aí melhorou? Que nada! Foi aí que todos os cortes, contusões, tudo começou a doer. E  mesmo assim a gente não podia parar de andar. Andamos por horas... Até anoitecer. Nós nos abrigamos em uma pequena caverna e minha mãe saiu pra caçar. Ela era a que estava menos ferida, menos cansada. Depois de comer, dormimos. Eu dormi né. Apaguei... Acho que alguém ficou acordado ou se revezaram à noite, não sei.

Mal o sol nascia e nós já estávamos andando de novo. Com a mesma pressa, com as mesmas dores e seguindo um caminho que meu pai dizia saber. Mas eu acho que foi chute mesmo, só não fala isso com ele! Enfim... Melhor ficar quieta né? Andamos até achar um rio. Conseguimos nos lavar e matar a sede antes de continuar. E foi assim por mais uma noite e um dia, até chegarmos aqui.

Se ainda nos perseguem eu não sei. Espero que não... Por mim aquele lugar devia pegar fogo, explodir e todo mundo morrer. Meu pai quase não ficava em casa para poder cuidar daquele lugar. Ele deu sangue e suor pelo império e em troca queriam sua cabeça. Nossas cabeças. Loucos. Só quero que morram mesmo. Todos!
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