O Tigre e o Lobo - Introdução de Diana (Descontinuado)

Uma das inúmeras viagens de Diana a levou até uma floresta em uma parte do continente que ela ainda não conhecia. Ao contrário dos reinos e das leis complicadas dos homens, a natureza sempre teve regras simples: Cace quando sentir fome e seja sempre mais forte que sua presa. E lá estava Diana, caçando sua próxima refeição. Suas habilidades eram aguçadas e caçar alimento era algo tão natural a ela quanto andar e respirar.



Naquele dia, porém, algo diferente aconteceria. Ela ouviu um uivo de lobo muito alto que ecoou por toda a floresta, e depois rosnados furiosos e barulho de luta. Poderia ser apenas um caçador resgatando sua presa de uma armadilha, mas os sons eram muito altos e a criatura até mesmo fazia a terra tremer ligeiramente quando se agitava. Os sons vinham de um acampamento próximo, que ficava em uma clareira na floresta. Seria a curiosidade de Diana mais forte do que sua fome?

Os raios do sol passavam entre as árvores com um brilho radiante, estava espreitando minha caça, uma lebre que ali estava distraída, arco e flecha nas mãos já estava a postos aguardando o momento certo, quando ouvi um uivo de um lobo e senti o tremer da terra sob meus pés, aqueles não eram sons comuns a uma caça, fiquei intrigada e não pensei duas vezes, fui de encontro aos sons e uivos verificar o que estava acontecendo.

Diana encontraria uma posição onde pudesse observar o que estava acontecendo e ao mesmo tempo não ser percebida. Era um acampamento em uma clareira na floresta. Havia muitos homens com armaduras prateadas, pareciam ser soldados mas não havia nenhum escudo de nenhum reino conhecido. Em suas malhas carregavam o desenho de uma cruz estilizada, provavelmente um símbolo religioso. Mas esse não era o fato mais impressionante.

No centro da clareira estava a fonte dos uivos e rosnados. Era um lobo de pelagem acinzentada gigantesco. Devia ter aproximadamente três metros de altura. Algumas correntes, grandes o suficiente para alguém do tamanho dele, o prendiam ao chão e ele se debatia violentamente para escapar. Diana perceberia que não eram as correntes que o prendiam totalmente. Um homem com uma túnica negra, há alguns metros do lobo gigante, recitava palavras arcanas e mantinha uma magia ativa. Era aquela magia que prendia o lobo.

[OFF: Imagem do lobo, sem as correntes]

Quando cheguei próximo ao local mantive uma distância segura permanecendo escondia nas sombras entres as árvores e avistei um acampamento em uma clareira na floresta, observei todo local e percebi que havia uns 10 soldados, mas não consegui a princípio identificar de onde eram, mas reparei que em suas malhas havia um desenho de uma cruz.

No meio da clareira me surpreendi ao ver um lobo gigante preso a correntes que estavam sendo seguradas por cinco soldados que mal conseguiam mantê-lo. Próximo ao lobo havia um homem com uma túnica negra, percebi que, o que mantinha o lobo preso era sua magia.

Então, de forma cautelosa continuei aproximando o máximo possível, mas me mantendo escondida ainda sobre a proteção das árvores. E quando, fiquei o mais próximo que pude, parei para ouvir o que eles falavam e identificar que tipo de magia aquele mago estava fazendo.

Mesmo se tivesse apenas um nível básico de conhecimento em magia, Diana perceberia que o mago estava se utilizando de um feitiço simples de paralisação, mas potencializado. Não parecia ser um mago principiante, mas também não era nenhum mestre. Com um pouco de concentração, Diana conseguiria ouvir o diálogo entre dois dos homens armadurados, que estavam há alguns metros do lobo e mais próximos dela. O primeiro disse ao segundo:

- Leve a fera até a Congregação e a mantenha presa lá, mas cuidado! Mande os magos redobrarem a atenção e realizarem a troca de turnos com cautela! Esta coisa não pode fugir! Depois envie um mensageiro até Domine Mathesis com esta mensagem para o comandante Keylosh. - O homem entregou um pergaminho amarrado para o outro soldado e este respondeu: - Sim senhor! - E se afastou para cumprir as obrigações que lhe foram dadas. O primeiro homem se voltou para o acampamento e gritou, fazendo um gesto:

- Glória ao Nosso Senhor! - E foi respondido pelos outros soldados, que repetiram a frase em uníssono. O lobo gigante já estava começando a perder as forças. As correntes, que também deviam ser de natureza mágica, e o feitiço de paralisação começavam a sugar as energias da fera.

Quando me aproximei mais, consegui ouvir o que eles diziam, e percebi que boa coisa não era. Visto que o lobo estava em apuros, resolvi ajuda-lo.

Analisai mais uma vez o local e me posicionei de forma a me preparar para o ataque, mirei minha flecha no mago que estava mantendo o lobo preso, assim sua magia iria cessar dando uma vantagem ao lobo de escapar. Meus próximos alvos seriam os dois soldados que estavam na frente segurando as correntes.

Já posicionada disparei minha flecha no alvo desejado e voltei a me esconder nas sombras e me movi para o lado esquerdo de forma ligeira e cautelosa para acertar os próximos alvos. Novamente disparei mais duas flechas, uma em cada soldado. Na sequencia me movi em direção oposta, permanecendo escondida nas sombras.

Diana

Ninguém viu de onde veio a primeira flecha. Silenciosa e precisa, acertou o mago do bando bem no coração, que soltou um pequeno urro enquanto seu corpo caía inerte na grama. Antes que os soldados entendessem o que aconteceu, a magia de paralisação do mago se desfez com sua morte, o que deu ao lobo gigante mobilidade para reagir. A fera agarrou uma das correntes que a prendiam com a boca e fez um movimento brusco, jogando o soldado que a segurava para longe. Depois, abocanhou metade do corpo de outro soldado e chacoalhou a cabeça, como se fosse um cachorro mordendo um brinquedo.

Enquanto o lobo causava o caos no acampamento, as duas flechas seguintes de Diana acertaram seus alvos, derrubando mais dois soldados. Os homens não tinham tempo para vasculhar os arredores e encontrar o atirador misterioso, pois tinham que lidar com uma besta enfurecida que estava dizimando-os.

Um deles, entretanto, ignorou a ameaça do lobo e seguiu a direção aproximada do disparo das flechas, procurando por Diana entre as árvores. Assim que a encontrou, o homem sacou sua espada e correu na direção dela para atacá-la.[OFF: Caso a Diana escolha por fazer um disparo, eu pedirei que role 1d10 por estar entre as árvores e vegetação densa. Te explico mais detalhes e como fazer a rolagem por mensagem.]

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Slinker

Provavelmente Jack Walters III estaria em outro lugar se ele pudesse escolher. O ponto de encontro era estranho, mas o pagamento era bom. A notícia de que o famoso Slinker estava residindo naquele continente se espalhou de forma rápida através do submundo de mercenários e assassinos e não demorou muito até que as ofertas de trabalho surgissem. Um contato de um contato sugeriu um simples serviço de reconhecimento. Ir até o local, coletar informações, voltar e pegar o ouro. Simples.

Ou assim pensou Slinker. Lá estava ele dentro do que parecia ser uma grande igreja que foi transformada em uma base militar. Os soldados usavam armaduras prateadas com malhas que mostravam uma cruz estilizada. Alguns deles rezavam no grande corredor central, diante de uma cruz bem maior, mas a maioria se movimentada bastante. Pareciam estar se preparando para alguma operação.

Em uma espaçosa sala no segundo andar da construção estava o que parecia ser o líder daquela ordem. O homem levantou-se e deu a volta pela larga mesa de madeira, fitando Slinker e dizendo:

- Tu és bem vindo, irmão. Eu sou o Senescal Aiden Christopher, líder da Ordem de Nosso Senhor. Um irmão de nossa ordem me contou sobre as tuas... Excepcionais habilidades e discrição ao cumprir missões. Todo trabalho é digno quando segue a vontade do Senhor. Tu estarias disposto a ouvir minha proposta?

Rolagem: Disparo de flexa

O membro 'Diana' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'10 Faces' : 10

Defesa do soldado à flechada

O membro 'Admin' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'10 Faces' : 1

Diana

[OFF: Perdão, esqueci de pedir para que você descrevesse o dano da flecha no soldado que avançou contra Diana. O dano foi crítico, portanto, pode ser criativa em sua descrição da flechada. Logo depois seguirei com a cena.]


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Slinker

- E Ele há de te agraciar para que completes teu serviço, irmão. - Respondeu rapidamente o senescal. Se ele havia captado a ironia da fala do ninja, era impossível dizer. Diante da afirmativa de Slinker, ele prosseguiu:

- O serviço é simples mas de muita importância para a minha Ordem. Quero que tu te encaminhes até a cidade de Domine Mathesis. Teu método de entrada não importa, desde que consigas adentrar o lugar. Preciso que coletes todo tipo de informações: Número de soldados de guarda e suas posições; Possíveis entradas e saídas estratégicas da cidade; Número aproximado de habitantes; Verificar se possuem equipamentos de guerra como aríetes, catapultas, etc; Localização da morada do comandante Lei Keylosh e de sua família. - O senescal Aiden fez uma pausa, como se revisando informações mentalmente e completou, apontando para a mesa:

- Aqui está um mapa da região que te guiarás até a cidade. A pequena bolsa de couro contém teu pagamento, que acredito ser muito satisfatório, incluindo ouro suficiente para quatro dias de estadia e alimentação. Não preciso lembrar a ti que, caso fores apanhado, eu e minha Ordem negaremos qualquer envolvimento. Acredito que já estejas acostumado com esta condição, correto?

O que planejei tinha dado certo, ao cessar a magia o lobo gigante reagiu com ferocidade.

E logo que disparei minha terceira flecha, veio em minha direção correndo, um soldado que sacou sua espada. Já a postos, disparei minha flecha tão limpa e certeira que perfurou e atravessou seu coração não tendo tempo nem de dar seu último suspiro.

- Vá em paz!

Novamente nas sombras e a postos, voltei a observar o local e vendo aquela cena, sempre atenta a qualquer movimentação, na espera que o lobo consiga se salvar.

Diana

Diana havia eliminado 4 homens do acampamento e o lobo gigante deu cabo do restante, totalizando 10 baixas. O som das mordidas e garradas do lobo e os gritos de dor e pavor dos homens preencheram a floresta e de repente pararam, dando lugar a um silêncio perturbador. A única coisa em pé restante era a grande fera, ofegante e coberta de sangue. A adrenalina ainda tomava conta da besta, seu instinto assassino ainda à flor da pele.

Neste estado de êxtase e perigo, a fera farejou Diana com seu olfato aguçado e se virou na direção dela na floresta. Mesmo sem vê-la nas sombras das árvores, o lobo sabia que ela estava ali. Ele rosnou, pensando que Diana era apenas mais uma daquelas pessoas que tentaram prendê-lo, e se ela não fizesse nada para provar o contrário, ele avançaria contra ela em breve.

Por essa eu não esperava, o lobo estava vindo em minha direção furioso.

Subi na árvore mais alta que por ali estava, ficaria aguardando ele se acalmar enquanto me concentrava para poder me comunicar com ele, tendo assim sua confiança.

Diana

O lobo surpreendeu-se quando percebeu que a mulher conseguia se comunicar com ele, mas isso não fez passar sua fúria de imediato. Em meio ao ruído de sua mente tomada pelo instinto assassino, Diana conseguiu distinguir uma frase da voz dele diretamente na mente dela:

- Você consegue falar comigo, mas é um deles?? Você está com esses homens que tentaram me prender?? Se estiver eu vou TRUCIDAR VOCÊ, ESTRAÇALHAR VOCÊ, DEVORAR VOCÊ!!

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Slinker

Conversando na taverna de uma vila nos arredores de Domine Mathesis, Slinker ouviria boatos e alguns deles pareciam estranhos demais para serem verdade. Diziam que até ano passado a cidade era administrada por um grupo de figuras religiosas que veneravam um deus único. Certamente se tratava da mesma religião do Senescal Aiden e sua ordem. A cidade então foi invadida e tomada e alguns dizem que lá reside hoje uma fera monstruosa, um lobo gigantesco que anda pelas ruas como se fosse um cidadão comum.

Outros boatos dão conta do novo líder da cidade, o homem que encabeçou a invasão. Algumas pessoas com as quais Slinker conversou reconheceram o nome Lei Keylosh, dizendo que a figura era conhecida naquelas comarcas e que o homem era sinônimo de confusão. Alguns habitantes mais velhos se lembraram de Lei como sendo um homem maligno, o que mostrava que o tal senhor Keylosh tinha um passado sombrio.

Slinker chegaria até uma larga e comprida ponte de madeira que passava por cima do rio à frente de Domine Mathesis. A ponte terminava nos portões da cidade, de onde se acessava a rua principal. A cidade toda fora construída ao redor desta comprida rua que terminava em uma imponente catedral. Slinker conseguiria adentrar a cidade desde que se passasse por um viajante qualquer buscando abrigo e alimentação, ou alguém interessado na movimentada feira comercial no centro da cidade. Desde que não tomasse nenhuma atitude estranha ou brusca, nenhum dos guardas o incomodaria.

A cidade possuía uma taverna central, uma construção de dois andares em frente à uma larga praça. Devido às rotas de comércio, via-se todo tipo de pessoa ali. A população era um misto de diversidade e tradição religiosa, traços da última administração da cidade que permaneceram.

Ainda em cima da árvore, depois de muito me concentrar consegui me comunicar com o lobo que ainda estava muito agitado e raivoso, e me ameaçou caso eu fizesse parte daquele grupo que o prendeu.

Aguardei alguns instantes, para que o lobo se acalmasse, dando lhe tempo para farejar e perceber por si que meu cheiro se distinguia dos demais. E só então me comuniquei com ele novamente:

- Não faço parte desses mal feitores, vim para lhe ajudar, quando se acalmar vai perceber que o ajudei, fui eu quem matou o mago que o mantinha preso e alguns soldados, fique calmo, não quero seu mal.

Permaneceu na árvore, esperando o lobo voltar a si e aguardou uma resposta dele.

Diana

Após a resposta de Diana, o lobo pareceu tentar controlar sua própria fúria e pensar de forma racional. De fato, se a arqueira não tivesse eliminado o mago, o lobo nunca teria conseguido lutar pela sua liberdade. A questão do cheiro também era verdadeira. O sentido aguçado da fera não revelava nenhum cheiro de aço ou couro que aqueles homens usavam presente na mulher. Após alguns instantes, a besta se acalmou, sua voz era mais clara na mente de Diana quando ele respondeu:

- Obrigado pela ajuda, mulher da floresta. Homens pequenos nunca são perigo para mim, mas estes conseguiram me prender. Eu fui descuidado. Conheço cada arbusto desta floresta e nunca a vi por aqui. Você vem de longe?

Quando os ânimos se acalmaram e tudo tinha se resolvido, desci da árvore e fui dialogar com meu novo amigo:

- Ah sim... venho de muito longe, já ouviu falar de Forgotten Realms? É de lá que venho. Cresci na Floresta de Cormanthor, mas meus últimos 5 anos foram de muita aventuras por toda Forgotten...a última cidade que passei por lá foi em Faerûn...

Continuei a contar-lhe minhas aventuras e a essas alturas o lobo gigante já estava mansinho, parecia que já éramos amigos de longa data...

-E é isso meu amigo... Depois de tantas aventuras eu e meus amigos ficamos manjados e criamos muitos inimigos, por isso resolvemos nos separar por um tempo e rumar por terras novas e novas aventuras...rsrs Mas não estou só, tenho meu companheiro Tag Tighri, mas não se preocupe é um tigre leal, sendo sociável à quem é meu amigo.

O lobo sentou-se na mesma posição que um cachorro assume quando espera alguma coisa de seu dono, o que seria bonitinho, não fosse o sangue que manchava o pelo dele e os corpos dos soldados espalhados pelo acampamento. O lobo respondeu à primeira parte:

- Não conheço estas terras de que fala. São muito longe? Eu nasci e cresci nessa região, nunca saí daqui. Mas eu gosto assim, gosto dessa floresta e gosto de proteger ela e a cidade onde mora minha família.

Quando o tigre apareceu, o lobo ficou receoso, dando alguns passos para trás. Abaixou ligeiramente o corpo, esticando o focinho para a frente e se aproximando com cuidado pra cheirar o companheiro de Diana. Caso o tigre não respondesse de forma hostil, o lobo voltaria a se comunicar com a caçadora:

- Meu nome é Aethelwulf, mas todos me chamam de Wulf. Acho que é mais fácil para os humanos de falar. Qual é seu nome, mulher da floresta? Eu reconheço o desenho nas roupas destes homens. Meu pai já me falou sobre eles. Tentaram impedir meu pai de salvar a cidade onde ele mora hoje. Mas por que queriam me prender?

Diana poderia investigar o acampamento se desejasse, incluindo os pertences dos soldados mortos e o interior das tendas, já que não havia nenhum sinal de reforços ou maiores perigos na área.

Estava sentada entre o tigre e o lobo, atenta a tudo que ele dizia, e me levantando disse:

-Sabe Wulf, não sei dizer por que lhe prenderam, mas vou dar uma vasculhada no acampamento pra vê se acho alguma informação importante pra você. Ah, e meu nome é Diana, e é um prazer lhe conhecer.

Fiquei encabulada quando o lobo me falou sobre sua família morar em uma cidade, pois pelo que sei lobos vivem em florestas, achei mais estranho ainda quando disse sobre o pai querer salvar a cidade. Então, enquanto procurava algo nos pertences dos soldados, lhe perguntei:

-Wulf me diz uma coisa, essa cidade em que você mora, as pessoas aceitam uma família de lobos sem lhes causar nenhum problema? Não sabia que lobos gostassem de morar junto dos humanos... Olha, você falando assim até parece que seu pai é humano rsrs vê se pode? Rsrs...

E antes mesmo de o lobo responder, entre corpos estraçalhados e muito sangue, havia achado um pergaminho enrolado que estava no bolso de um dos soldados:

-Olha Wulf, achei esse pergaminho aqui e imagino que contenha alguma informação que lhe possa ser importante.

Sentei-me novamente ao lado dele e comecei a ler o pergaminho.

O lobo respondeu com a maior naturalidade:

- Mas meu pai é humano! E minha mãe é uma loba, mas ela consegue se transformar em humano. Mas eu não consigo, sou lobo o tempo todo. Eu gosto mais de ficar na floresta, mas também gosto de ficar com minha família. Acostumei a ficar na cidade, lá todos me tratam bem, como se fosse um humano. Quer dizer, a maioria. - Diana poderia notar que, apesar do tamanho do lobo, ele não devia ser muito velho. Pelo contrário, em anos de lobo, ele mal havia entrado na fase adulta. Era um "lobo adolescente", por assim dizer.

Ao longo do acampamento, além do pergaminho, Diana encontraria diversos objetos curiosos. Em uma das tendas havia um livro grosso escrito em língua comum, que parecia ser um livro sagrado da religião que aqueles soldados seguiam. Em outra havia um frasco com as palavras "Água Sagrada" gravadas no vidro, mas o conteúdo parecia ser apenas água normal, sem qualquer efeito. Também havia diversas espadas e armaduras nas caixas de madeira espalhadas pelo acampamento, mas o pergaminho era a peça mais importante.

Quando Diana chamou, Wulf estava brincando com o tigre. Então ele se aproximou e se sentou ao lado de Diana, sua cabeça enorme por cima dela, tentando ver o que estava escrito no pergaminho. Ele não entenderia nada, já que não sabia ler ou escrever em língua comum. O pergaminho dizia:


Wulf ficou aguardando para ver se Diana iria ler a carta a ele ou pelo menos explicar o que estava escrito ali.

Fiquei surpresa quando Wulf me disse que seu pai era humano e sua mãe os dois, mas ao mesmo tempo já sabia que nessas terras encontraria coisas estranhas, pois já haviam me avisado, e acho que essa foi apenas a primeira de muitas surpresas que ainda teria...

Quando Wulf se acomodou junto a mim, li o pergaminho em voz alta para ele e percebi que ficou incomodado com o conteúdo.

- É meu amigo, acho que queriam armar uma emboscada para seu amigo Lei Keyloshe, e você era a isca. Mas ainda bem que tudo deu certo e você está a salvo, porém seria prudente você avisar seu amigo que esse tal de Senescal Aiden Christopher está querendo aprontar uma pra ele.

Guardei alguns objetos que havia encontrado no acampamento em minha bolsa, talvez mais para frente pudesse ser útil e continuei minha prosa com Wulf.

- Você sabe quem é esse tal de Senescal Aiden Christopher, e por que ele não gosta de seu amigo? Olha, se você precisar de ajuda pode contar comigo, estou entediada aqui, faz uns dias que cheguei e já estou sentindo falta de umas aventuras rsrs... Essa cidade, Domine Mathesis, é onde mora sua família? Nossa Wulf... Estou te enchendo de perguntas né... rsrs

Apesar da curiosidade, dei uma pausa nas perguntas e aguardei as respostas. O ambiente estava calmo sem nenhum sinal de perigo. Já estava entardecendo, Tag Tighri estava rolando no chão brincando com uma borboleta que voava por ali, tão tranquilo que parecia um gatinho.

Diana

Wulf fitou Diana com surpresa e respondeu:

- Ei, esse é meu pai! Lei Keylosh, é ele! Sim, minha família mora lá! Vou te levar até a cidade, venha comigo, precisamos avisar meu pai, contar o que aconteceu aqui e mostrar esta carta para ele! O seu amigo Tag pode vir também! - O lobo se agitou, movendo-se em círculos. Caso Diana não tivesse mais nada para fazer ali, Wulf estaria pronto para ir com ela até Domine Mathesis.

[OFF: Vou considerar que eles já partiram pra dar uma agilizada.]

Wulf guiou Diana pela floresta fazendo um caminho bem curto até as cercanias da entrada da cidade. Havia uma larga ponte de madeira que passava sobre um rio e que desbocava diretamente nos portões de entrada. A ponte era movimentada, com comerciantes, viajantes e todo tipo de gente indo e vindo. Os habitantes da cidade já estavam acostumados com Wulf, mas os forasteiros, naturalmente, se assustavam quando viam aquele lobo gigantesco se aproximando. Naquele dia, especificamente, os viajantes não sabiam se temiam mais o lobo ou o tigre de Diana. [OFF: Caso ela decidisse entrar com ele.]

Alguns curiosos fitavam o lobo com admiração e as crianças tentavam se aproximar e tocar o animal, sendo puxados de volta por seus pais. Os guardas entenderam que a mulher estava com Wulf, já que não era a primeira vez que o lobo trazia companhia para a cidade. Enquanto o lobo caminhava na rua da cidade e virava praticamente uma atração turística, ele falou para Diana:

- Venha, vou lhe mostrar onde meu pai mora para podermos falar com ele!

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Slinker

A pessoa sentada ao lado de Slinker no balcão da taverna estava discutindo com o taverneiro. O homem de meia idade e cabelos ruivos cumprimentou Slinker com um aceno de cabeça e logo incluiu o guerreiro na conversa, mesmo se ele não quisesse. Ele disse:

- Aqui está a oportunidade perfeita, Oliver! - Disse, referindo-se ao taverneiro. - Podemos perguntar a opinião de alguém de fora da cidade para ver quem de nós dois está certo! Veja amigo, eu estou tentando convencer o Oliver de que a troca de administração da cidade só trouxe benefícios! Veja este lugar! Está cheio, o comércio nunca foi tão movimentado, você mesmo está vendendo muitas bebidas, Oliver! Como pode reclamar de algo assim?

O taverneiro, um senhor de cerca de cinquenta anos de cabelos grisalhos e roupas tradicionais e bem alinhadas, respondeu balançando a cabeça:

- Não estou defendendo o que aqueles padres faziam antes nos calabouços da catedral. Eu ouvi falar de tudo isso. Mas a cidade pelo menos era ordeira. Com os forasteiros, também vieram os arruaceiros e trapaceiros. Não que você seja um, amigo. - Disse Oliver, olhando para Slinker, e depois continuou: - Só estou dizendo que a cidade está diferente e aquela família Keylosh é maluca. Aquele patriarca é um homem louco e sanguinolento, é o que ouvi falar. Ele ainda trará desgraça para Domine Mathesis! E você, forasteiro, o que pensa sobre isso? - Perguntou Oliver, fitando Slinker.

Quando Wulf me disse que Lei Keylosh era seu pai, compreendi melhor a situação e as coisas ficaram mais claras com relação à ligação de ambos. E respondendo a seu convite logo me ajeitei para acompanha-lo.

- Ah sim, adorarei te acompanhar e conhecer sua família e essa cidade tão curiosa. Vamos indo então, Tag venha.

Eu e Tag seguimos Wulf e chegando à cidade me surpreendi com a relação dos habitantes com ele, era realmente incrível. Apesar de ter notado alguns olhares amedrontados, estava tudo tranquilo e já dentro da cidade acompanhamos Wulf até a casa de seu pai.

- Espero que seu pai não se assuste conosco...